O uso de vídeos faz parte do processo para quem vende algum produto digital. Após observar muitas dúvidas sobre o funcionamento, resolvi incluir aqui alguns detalhes de forma simplificada para que todos possam entender como funciona a questão dos vídeos.

É um artigo simples de entender e não técnico. Portanto, compartilhe com quem tem produtos digitais. Você poderá tomar alguns cuidados para proporcionar a melhor experiência possível para quem assiste aos seus vídeos na Internet.

É importante ressaltar que algumas coisas podem estar fora do seu controle, dependendo da plataforma escolhida para hospedar seus vídeos.

Tudo começa com o upload

Quando você faz um upload para uma plataforma que hospeda vídeos, seja ela Youtube, Vimeo ou Panda Video, você escolhe um vídeo que foi gravado e está guardado em um arquivo.

Existem vários formatos mas, como este artigo não é técnico, vamos apenas entender que é um único grande arquivo “original” que você envia. Geralmente, a extensão ou formato é MP4, MOV, etc…

Esse arquivo original, embora também funcione se for incorporado em uma página e hospedado no mesmo lugar do seu site, sem o uso de uma plataforma de vídeos, não é a melhor forma de disponibilizar esse conteúdo, pois é um arquivo muito grande que precisaria ser baixado de uma só vez.

O arquivo grande

O seu arquivo original é grande porque, normalmente, ele tem alta qualidade. O mais importante para entender aqui é que essa qualidade se refere à resolução do vídeo, que, em termos simples, é a quantidade de pixels que cabem em um determinado espaço da tela. Quanto maior a resolução, melhor a nitidez da imagem, mas isso também resulta em um arquivo cada vez maior.

Se você disponibilizar esse arquivo original para os usuários assistirem, pode haver grande frustração, pois é um arquivo muito grande, e alguns dispositivos podem precisar baixar o arquivo inteiro antes de dar play.

Além disso, algumas pessoas têm celulares com desempenho limitado, conexões de Internet lentas ou TVs de alta resolução, e cada uma dessas situações tem expectativas diferentes. O principal problema será a velocidade para baixar um arquivo grande de uma só vez.

Para resolver esse problema, existe o transcoding (conversão), que transforma seu grande arquivo em vários pequenos segmentos. Isso acontece, inclusive em plataformas de streaming como Netflix.

O processo de transcoding (conversão)

Ao pegar aquele arquivo grande de alta qualidade, a plataforma o “converte” em vários pequenos arquivos. O que antes era um MP4 se torna um formato diferente, que tem maior capacidade de ser entregue rapidamente.

Cada segmento pode ter apenas alguns segundos de vídeo, facilitando o processo de download, além de tornar mais simples avançar, retroceder ou iniciar o vídeo rapidamente.

Além dos vários segmentos, cada qualidade inferior à máxima também precisa ter seus arquivos separados, gerando novas versões do mesmo vídeo. Dessa forma, o cliente pode mudar a qualidade ou a plataforma pode oferecer versões diferentes para quem tem uma conexão mais lenta ou mais rápida.

Um dos formatos mais conhecidos é o HLS, que é a abreviação de HTTP Live Streaming. Apesar do nome “live streaming”, ele também é usado para vídeos gravados. A principal vantagem é que foi desenvolvido para ser entregue via Internet, reduzindo problemas com conexões lentas. A partir daqui, a explicação começa a ficar mais interessante.

A demora na conexão

O que antes era um problema devido ao tamanho de um arquivo grande para download agora é resolvido por centenas de pequenos arquivos que são enviados separadamente, montando o vídeo conforme o usuário começa a assistir, mesmo com uma conexão lenta.

Uma vez que um segmento do vídeo chega ao dispositivo do usuário, os segmentos seguintes podem ser baixados mais lentamente ou mais rapidamente, sem impacto significativo, desde que a reprodução não alcance o último segmento baixado.

Assim, quando você assiste a um vídeo em velocidade 2x, isso exige mais da sua conexão com a Internet, pois os segmentos precisam ser baixados em tempo suficiente para manter a velocidade de reprodução.

Na prática, o mais importante é o início do vídeo, assim como o carregamento rápido do seu site ao ser acessado pela primeira vez (e ainda há medidas que você pode tomar para melhorar essa VSL), mesmo que outras coisas estejam sendo baixadas em segundo plano sem que o usuário perceba. A sensação de velocidade é mais importante que a velocidade em si, e há várias técnicas para aprimorar isso.

Por esse motivo, os vídeos geralmente começam com qualidade mais baixa e aumentam a qualidade gradualmente, conforme os segmentos são montados e há tempo suficiente para o download sem interromper a reprodução do vídeo.

Como melhorar a performance?

Existem várias coisas que você pode fazer para oferecer vídeos com reprodução rápida e boa experiência. Nem todos os recursos a seguir estão disponíveis em plataformas como YouTube, que não deve ser usado para cursos, ou ainda no Vimeo, que frequentemente bloqueia contas.

Em plataformas como a Panda Video, você tem mais controle, segurança e a capacidade de configurar diversos aspectos para garantir não só uma melhor performance em cursos, mas também em vídeos VSL em páginas de venda.

Não desabilite as qualidades inferiores

Embora possa parecer “feio” começar com uma qualidade mais baixa e depois aumentar, é crucial disponibilizar as qualidades inferiores. Arquivos menores permitem que o vídeo comece a reproduzir muito mais rapidamente.

O player vai ajustar automaticamente a qualidade com base na velocidade da conexão do cliente, seja para cima ou para baixo. Se você desativar as qualidades inferiores, a reprodução inicial pode demorar um pouco mais.

Se todos usam velocidade de reprodução 1.5x, considere enviar um novo vídeo

Se você aumentar a velocidade de reprodução para transmitir a mensagem mais rapidamente em uma VSL, significa que os segmentos precisarão chegar mais rápido ao destino. Se todos os seus clientes assistirem com velocidade maior, considere enviar um vídeo novo, já com a velocidade mais rápida desde o início. Isso tornará o vídeo menor e eliminará a necessidade desse recurso.

Utilize tags de performance (pré-carregamento)

Algumas tags de desempenho que você pode inserir na página já preparam o vídeo para começar mais rapidamente. Dessa forma, os primeiros segmentos são baixados mesmo antes da pessoa clicar em play (caso o autoplay não esteja habilitado). Isso acelera bastante a percepção do usuário e evita aquele indesejado “carregando” ao iniciar o vídeo.

Qualidade máxima 1080p deve ser suficiente, talvez você não precise de 4K

É comum que, sem conhecer os detalhes acima, você queira disponibilizar vídeos em 4K para seus clientes. No entanto, na prática, poucos realmente precisam de 4K, pois 1080p já oferece excelente qualidade (ainda mais em telas pequenas como celular). O uso excessivo de banda pode acabar sendo desnecessário, embora a opção de 4K possa estar disponível manualmente para quem tem velocidade de conexão suficiente e dispositivos de alta resolução.

Muitos desses recursos estão disponíveis em plataformas como a Panda que você consegue alterar disponibilidade das qualidades mesmo depois do vídeo já enviado.