Com o surgimento do ChatGPT, surgiram boatos alarmantes que seria fim do Google com notícias sobre o “alerta vermelho” e buscas de soluções para combater o crescimento acelerado do ChatGPT.
O Google fez o lançamento do Bard que não foi muito bem recebido por conta de algumas respostas incorretas. Já a Microsoft anunciou uma grande parceria com o OpenAI (empresa por trás do ChatGPT) e até já começou uma grande integração no novo Bing.
O caminho parece claro sobre o comportamento do usuário com o slogan do novo Bing “Ask Real Questions. Get Complete Answers”.
De acordo com o Similarweb, Google tem um share de mais de 90% das buscas do mundo (no Brasil é ainda maior) e o navegador mais popular, enquanto Microsoft e Yahoo tem cerca de 3% cada um. A diferença é enorme.
O que está em jogo não é só o domínio da preferência dos usuários nas buscas mas, principalmente, a análise de como o comportamento do usuário está mudando.
O tipo de página de resposta dos sites de busca (com listas de sites encontrados) não será mais suficiente?
O comportamento do usuário
O comportamento de como interagimos com sites de busca já vem mudando, quando observarmos a mudança nas páginas de resultado nos últimos anos. Estamos, cada vez mais, trocando o uso de palavras-chave por perguntas inteiras no campo de busca.
Vemos o Google ampliando a quantidade de resultados na própria página de resultado (SERP) sem a necessidade de clicar em sites como previsão do tempo, respostas para perguntas, trechos de artigos extraídos de sites, vídeos do Youtube incoporados, mapas e até letras de músicas.
Vemos também o “People also ask” com perguntas criadas a partir das palavras-chave e variações. Conforme você clica, outras perguntas relacionadas aparecem.
Na minha opinião, o desejo do Google será sempre entregar o conteúdo que ele precisa sem a necessidade de clicar no resultado orgânico, deixando o clique mais concentrado nos links patrocinados.
Se for uma pergunta direta, o usuário não quer perder tempo clicando em vários sites até encontrar a resposta. Ele quer uma compilação daquilo que está disponível na Internet e, se possível, uma resposta direta.
O que devemos ver no futuro?
Acredito que devemos ver cada vez mais a mudança no resultado de busca com integrações de respostas tipo o ChatGPT direto no resultado. Prova disso é a popularidade de extensões como o ChatGPT 4 Google que já tem próximo de um milhão de usuários.
O Bing também já está disponibilizando a aba “Chat” onde o usuário pode conversar diretamente com o ChatGPT e estará mais presente no novo Bing.
Ainda não sabemos como será a monetização do ChatGPT em si além da assinatura de US$20/mês, mas alto custo para gerar respostas de inteligência artifical pode barrar, por enquanto, o crescimento ainda mais rápido e maiores integrações. É mais provável que o ChatGPT seja integrado em outros serviços através de API.
ChatGPT substituirá o Google e Bing?
O comportamento do usuário exigirá ainda maior integração de respostas diretas. Os desafios serão relacionados a otimização do custo do processamento para que possa atingir um número ainda maior de usuários, além de incluir com muita rapidez atualização de conteúdo quase que em tempo real (acontecimentos históricos, notícias, etc). Por isso, é preciso entender os limites da inteligência artifical.
O Google recebe cerca de oito bilhões de buscas por dia, enquanto o ChatGPT ainda não está disponível nesse nível de escala que pode ter um impacto de custo significativo. Uma maior integração poderá impactar inclusive, na poluição do meio ambiente.
Vale também assistir a entrevista do Satya Nadella (CEO da Microsoft) compartilhando sua visão de integração do novo Bing com o ChatGPT.